quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Celulares malditos

Há menos de 30 anos pesquisadores inventaram o celular, um ótimo utensílio para entrar em contato com outras pessoas a qualquer momento. Tal aparelho ficou barato, pequeno, ficou popular. Com o intuito de manter as vendas aquecidas, inventaram o lcd colorido para celular, a câmera fotográfica, o mp3 player, o display touchscreen, o GPS, a lanterna e dezenas de outras pequenas aplicações úteis e outras nem tanto. O fato é que o critério sobre o que colocar em um aparelho celular hoje é inexistente, os marketeiros de plantão conseguem vender qualquer coisa que os engenheiros consigam enfiar no aparelho, e isso é muito perigoso em mãos erradas. Já imaginou um celular/ogiva nuclear na mão do Mohamed? Jesus-interjeição...

Ainda não temos celulares nucleares, mas já temos algo de grande poder destrutivo: os celulares com caixa de som embutida. Eu simplesmente não vejo como um cidadão de bem pode usar este aplicativo. Veja, se você está em casa, provavelmente dispõe de pelo menos 3 meios mais eficientes e prazerosos de ouvir música. No carro, há o som do carro. Se não está em nenhum dos dois, está em um lugar público e deve usar fones de ouvido para não encher o saco alheio.

Mas é claro que não existem só pessoas de bem neste mundo, especialmente neste país, do contrário não teríamos nosso atual prezidenti. A porcaria do celular existe, é comercialiada em até 24 prestações e virou sucesso em todo o gênero Boy - Motoboy, Office Boy, Backstreet Boy...

Aqui em São Paulo entrar em filas de bancos, correios e repartições públicas já virou uma tortura muito maior do que a própria espera inerente da fila. Sempre há um boy com o maldito somzinho ao lado, em distância inversamente proporcional à sua pressa. E é claro que o gosto musical varia entre o funk carioca, o black enfezado e o axé. Reproduzido com a má qualidade da caixinha então, é um deleite.

O que mais me irrita é que essas pessoas (?) sabem que estão incomodando os outros, mas eles simplesmente não se importam. É a famosa falta de respeito em estado puro.

Pois bem, esses dias apareceu um boy no meu ambiente de trabalho. Veio entregar não-sei-o-quê para o cara que trabalha ao meu lado. A desgraça era que o rapaz precisava levar um documento de volta para o contador, creio eu, e o colega não havia providenciado tal documento. Pois bem, ele pediu para o boy esperar um minutinho enquanto redigia o tal-sei-lá-o-quê^2.

Não deu 10 segundos e começa o barulho. Porque hoje em dia pouca gente consegue ficar a sós com a própria consciência, mesmo que por poucos minutos, já perceberam? Tem que estar sempre fazendo, mexendo, enchendo... Pra piorar, o rapaz zapeava estações de rádio. E pronto, eu já não conseguia fazer mais nada.

Todo mundo com cara de merda. 30s e nada.

1 min e nada.

2 min e eu considerando a idéia de jogar um transformador na cabeça do cara.
"Será que 10kg de material ferromagnético a 20m/s são suficientes?", pensava eu.

Mas consegui encontrar uma solução elegante para o problema, sem ter que ir falar com o boy, mandá-lo enfiar o dispositivo em seu respectivo orifício e coisa e tal. Bastou dizer em voz excessivamente alta para o colega, que estava bem ao lado:

MARCELO*, ACABA LOGO ESSA PORRA, PUTAQUEPARIU!!!!!

O pessoal ficou meio assustado, mas eles entenderam poucos segundos depois, quando novamente reinou a paz e o silêncio no recinto. Quem disse que manos não entendem sutilezas?

Um comentário:

Renato disse...

Já experimentou o Metrô na Linha 3 em hora de pico? hahaha... É quase certo que surgirá um "boy" com o seu "som" pra acabar com a paciência de qualquer um...
Acho que as pessoas estão cada vez mais sem-noção... e a coisa tá ficando fora de controle!!!