terça-feira, 12 de maio de 2009

Um caminho para o Amor

A vida as vezes é engraçada. Fatos pequenos, detalhes somente podem trazer de volta a alegria. Como na história que conto a seguir...

Tem esse amigo de faculdade com um azar histórico para relacionamentos. Rapaz sério, direito. Virava e mexia aparecia todo feliz por ter conhecido uma moça nova, mas toda essa felicidade transformava-se em tristeza dentro de poucas semanas com o fim do namorico. A solução era embebedá-lo num bar e levá-lo a uma boate de strip, mas nada que realmente tranquilizasse sua alma e seu coração.

Anos passados após a graduação, ainda era possível notar a falta de um amor verdadeiro para o fiel amigo. Muitos acreditavam que ele tornar-se-ia uma pessoa amarga, solitária e adoradora de gatos. Tudo isso mudou há algumas semanas, quando ele conheceu uma moça bonita, simpática, apetitosa e com todos os dotes necessários. A famosa "mulher pra casar". Segundo relato do mesmo: "Nos encontramos e foi instantâneo, eu gostei dela e ela de mim."

E aí combinaram de sair no dia seguinte. Andaram de pedalinho em formato de cisne e dividiram um milk shake. Passearam de mãos dadas e ela usou seu agasalho na noite fria. E assim, em pouco tempo já eram íntimos.

Foi quando veio a notícia bombástica. A menina estava passeando por aqui e na verdade ela era de Natal - RN.

Consultado, eu disse que um relacionamento com essa enorme distância seria complicado, mas como se sabe, o amor supera barreiras e o namoro iniciou-se.

Após algumas centenas de reais em contas telefônicas, lá foi meu intrépido amigo em sua viagem rumo à amada pessoa, todo feliz e saltitante. E foi quando uma sequência de infortúnios o acometeu.

Com a palavra, nosso protagonista:

"Chegando lá estava tudo muito legal. Nos primeiros dias nos divertimos muito, saímos para jantar e conheci a sogrona. Caminhamos na praia com uma vista maravilhosa... Lá pelo terceiro dia comecei a me sentir incomodado, achei que estava longe de casa há muito tempo e saí para dar uma caminhada sozinho. Na volta minha amada percebeu e me chamou para irmos num barzinho com seus amigos.

O pessoal era bem legal e logo fiquei à vontade com eles. Ficamos fazendo vira-vira com a cerveja e rimos bastante. Digo a maioria riu. A namorada começou a fazer bico e eu não entendi bem por que, mas não fiz nada a respeito. Em dado momento notei que ela tinha sumido e fiquei muito, muito bravo. Resolvi chutar o balde.

Bebi, bebi, bebi, bebi e bebi.

Não sei quanto tempo se passou. Estava muito bêbado quando ela voltou. Havia trocado a cerveja pela pinga, então a pinga pela xiboquinha e fui da xiboquinha para a catuaba selvagem, até onde me lembro. Ela estava muito braba e me levou embora.

Paramos em um lugar esquisito e bateu vontade de vomitar. Procurei alucinadamente o banheiro, foi muito complicado. Trombei com pessoas, escorreguei. Quando finalmente achei o bendito banheiro foi um estrago. Deixei o local impraticável, isso eu lembro. Ficamos mais um tempo lá e fomos embora. Estava muito mal.

Quando chegamos foi um vexame só. Ela me deu banho gelado e me vestiu para dormir. Mas o pior me esperava no dia seguinte. Cabeça inchada e dores em todo canto do corpo.

Ela entrou no quarto soltando fogo pelas ventas. Disse que eu a tinha envergonhado e tal. Argumentei que não foi tão mal assim, e foi quando a verdade se revelou. Ela disse que estava ficando brava com minha atitude no bar, mas foi obrigada a sair porque o carro de uma amiga havia sido roubado. Ela foi ajudá-la e eu nem fui junto. O pior foi depois que ela me buscou porque estavam indo para a delegacia dar queixa.

O meu show, afinal, foi NA DELEGACIA, onde tropecei no guarda e vomitei tudo no chão do banheiro. Diz que demorou para convencerem o pessoal a me liberar.

Ai voltei para São Paulo... Rachando o bico sozinho durante o vôo"

E eu ri tanto da história que ela devolveu a minha alegria nesta tarde. A grande verdade é que os bêbados são muito mais divertidos que casais de comercial de margarina diet.